Descobrir a raiz dos sintomas parece ser difícil, e sempre relatamos isso por causa da falta de informação que rodeia a doença celíaca, principalmente por causa da atipicidade. No entanto, tem algo que é mais complicado do que apenas sair com um laudo do consultório médico, o cotidiano. É lá que vive toda a dificuldade de ser celíaco, convivência com a família e amigos, leitura de rótulos e o perigo da contaminação cruzada.
“Você não pode mais comer glúten!”, diz o médico naquela consulta que muda a vida do paciente.
Aonde tem glúten? O que pode comer? Onde pode comer? Todos esses questionamentos acompanham o indivíduo até a internet, aquele local em que se cria comunidade, encontra profissionais capacitados, celíacos que descobriram há mais tempo. É lá que se lê e ouve que não dá mais para acompanhar a antiga rotina, nem adaptar.
No happy hours, naquela sexta-feira após o trabalho, é praticamente impossível acompanhar os colegas, pois o restaurante está impregnado de glúten, desde o copo de vidro até o ar por onde passa o hambúrguer, a pizza ou aquele delicioso prato de macarrão. A solução é ir pra casa, comer o prescrito pelo nutricionista no único lugar seguro que você conhece, isso se a família optar também ser celíaca.
Sobre o grupo familiar é outra coisa que não se fala na sala do gastroenterologista, a contaminação mais comum pode acontecer naquele ambiente compartilhado, aonde os dois necessitam fazer sua refeição. E é nesse momento que o lugar mais “seguro” se torna radioativo. O pai come pão e fica migalhas na pia, o macarrão de trigo é cozido com a panela aberta e o vapor glutinoso fica por ali, no fogão e nos utensílios.
A contaminação cruzada é a “kriptonita” do celíaco.
Não dizem no diagnóstico que alguns amigos vão deixar de ser, já que vão tratar a doença celíaca como “frescura”, falta “fé ou “mi mi mi”. Pode acontecer de que o convite para aquela festa de aniversário nunca chegue porque a exclusão é comum. Todavia, também vai existir um grupo seleto, e bem pequeno que vai ter a restrição alimentar como dele e sempre vai fazer da reunião, o momento mais seguro possível.
Fazer mercado é desafiador, há uma imensidão de produtos, marcas e opções que originalmente não deveriam conter glúten e o descuido pode ser grave. É ali que a atenção é absurdamente necessárias, pegar o molho de tomate, por exemplo, virar e ler se há na embalagem a inscrição “não contém glúten” e ler os ingredientes, até porque o que não falta no Brasil é rotulagem errada.
“Não contém glúten, mas pode conter traços de trigo, centeio, cevada ou aveia”
É o que não se conta num consultório médico, isso só aprende com a convivência. O diagnóstico era apenas a primeira fase, e esse jogo é muito difícil.
Texto da colaboradora Isabelly Emiliano, jornalista celíaca criadora do Projeto Tem Glúten.
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