Ganha destaque no mercado brasileiro uma marca de chocolates que vem se consolidando desde o começo deste século, quando foi criada, em 2002. Com produtos diferenciados em relação aos tradicionais, a Ouro Moreno nasceu por iniciativa do médico Haroldo Campos Guimarães. Além de ser vegetariano por mais de 70 anos, ele exerceu sua profissão com o compromisso de cuidar da saúde e bem estar dos seus clientes e do público em geral.
Os produtos oferecidos não contêm soja, lactose, glúten e proteínas do leite. São veganos, livres de ingredientes de origem animal. Um perfil que atende a uma gama crescente de consumidores; alérgicos, pessoas com alguma sensibilidade alimentar e também as que optam por abolir certos ingredientes da alimentação.
Mais de cem produtos são ofertados, incluindo a linha orgânica (sem agrotóxicos), a low carb e a diet (adoçados com maltitol e eritritol). Há barrinhas individuais, barras de um quilo, com nuts variados, ao leite de coco, produção de ovos de chocolate e o tradicional formato ‘língua de gato’. A linha culinária atende a profissionais do ramo alimentício que se dedicam a produzir para nichos específicos da alimentação inclusiva. Na produção dos chocolates há diferentes concentrações de cacau – com 50%, 70% e 100%.
Localizada no município de Colina, 400 km ao norte da capital paulista, a fábrica recebe a matéria prima vinda do sul da Bahía, fornecida por um produtor independente. Sete funcionários são responsáveis por todo o processo. A produção mensal média é de uma tonelada e os principais canais de venda são a internet e o mercado de revendas. A empresa ainda não trabalha com exportação, concentrando seus esforços no mercado interno. Os produtos são enviados para todo o país.
A gerente de marketing e vendas, Beatrice Hotz Guimarães, destaca que o foco primordial da empresa é manter a ‘inclusão’ dos seus produtos. Isso significa buscar ingredientes junto a fornecedores confiáveis, garantindo que os produtos não tenham nenhum tipo de contaminação cruzada por alergênicos. Aliás, essa é uma questão prevalente e das mais destacadas atualmente entre os consumidores de alimentos inclusivos. A contaminação cruzada ocorre quando o produto em si não tem o alergênico na sua composição original, mas contaminou-se por ser processado, embalado ou manipulado em ambientes inadequados.
Nas duas décadas de criação da Ouro Moreno, algumas conquistas foram sendo colhidas ao longo do caminho. Em 2006 a empresa lançou o primeiro chocolate 100% orgânico brasileiro, livre de ingredientes químicos (agrotóxicos) prejudiciais à saúde, além de ser isento de lactose, glúten e soja. Em 2010 obteve o selo Kosher, que permite vender à comunidade judaica, garantindo que é confeccionado dentro de rigorosas regras de higiene. Já em 2015 lançou os chocolates gourmet gotas e fragmentado, com 50% e 70% no teor de cacau, destinados à produção de receitas como bolos, doces, bombons e ovos de chocolate.
Além de poder comprar todos os produtos através do site, o consumidor pode também obter receitas já testadas por culinaristas parceiras. Comandada hoje pelos filhos do fundador, que faleceu em 2022, a marca ganhou nova identidade visual em 2017. O que não mudou é o propósito de oferecer chocolates puros e saudáveis, que atendam às necessidades de pessoas alérgicas, veganas e culinaristas que produzem para os públicos com restrição ou não.
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